A partir de 25 de setembro (sábado), o Instituto Moreira Salles exibe, em sua sede de São Paulo, a exposição Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros. Entrelaçando diferentes linguagens, a mostra apresenta a trajetória e a produção da escritora, ressaltando aspectos pouco conhecidos de sua vida e obra.
A seleção reúne aproximadamente 300 itens, entre fotografias, matérias de imprensa, vídeos e outros documentos. Inclui também obras de cerca de 60 artistas, parte comissionadas, que dialogam com os temas investigados por Carolina. A curadoria é do antropólogo Hélio Menezes e da historiadora Raquel Barreto e a assistência de curadoria, da historiadora da arte Luciara Ribeiro. A mostra conta ainda com o trabalho de pesquisa da crítica literária e doutora em letras Fernanda Miranda.
Dividida em 15 núcleos temáticos, a exposição ocupa o 8º e o 9º andar do IMS Paulista, tendo obras presentes também no 5º andar, no térreo e na avenida Paulista. A mostra apresenta as reflexões de Carolina de Jesus (1914-1977) ao longo de sua trajetória, da infância na cidade de Sacramento (MG), no contexto pós-abolição da escravatura, passando por sua chegada à capital paulista, pelo lançamento e pela repercussão de seus livros, até o fim de sua vida, em Parelheiros (SP). Na seleção, é possível observar como Carolina interpretou as contradições, a política e a desigualdade do Brasil de seu período. A exposição evidencia também a importância histórica da autora para pautas como o antirracismo, as lutas pelo letramento e pela moradia.
O título da mostra — Um Brasil para os brasileiros — remete a dois cadernos originais de Carolina, desde 2006 sob a guarda do IMS. Em 1975, os manuscritos foram entregues pela autora à pesquisadora Clélia Pisa, que a entrevistou, juntamente com Maryvonne Lapouge, para o livro Brasileiras, publicado apenas na França. Após o falecimento de Carolina, os cadernos foram editados na França e publicados em livro, em 1982, com o título Journal de Bitita. Em 1986, a obra foi traduzida diretamente do francês e lançada em português como Diário de Bitita.
Em cartaz no IMS Paulista até janeiro de 2022, a exposição contará com uma ampla programação de atividades paralelas. Haverá, por exemplo, uma mostra de cinema, idealizada pelo curador e pesquisador Bruno Galindo, entre outros eventos. Também será lançado um catálogo, com textos críticos. Para mais informações confira o site do IMS Paulista.
A exposição dedicada a Carolina Maria de Jesus integra também a programação expandida da 34ª Bienal de São Paulo.
Curadoria: Hélio Menezes, Raquel Barreto e Luciara Ribeiro (assistente de curadoria)
Serviço Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros
25 de setembro de 2021 até 30 de janeiro de 2022
Terça a sexta, das 12h às 19h. Última entrada às 18h. Sábados, domingos e feriados (exceto segundas), das 10h às 19h. Última entrada às 18h.
Entrada gratuita
Para visitar a mostra, é preciso realizar agendamento prévio aqui!
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Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).