Para Oscar Tuazon (1975, Seattle, Washington, EUA), a prática artística é um princípio de vida. Suas obras são intrinsecamente unidas ao que se poderia chamar de projeto de vida do artista, que inclui viver com sua família nas margens da sociedade, na periferia dos códigos sociais, em busca de uma harmonia total com o ambiente que o rodeia. A obra de Tuazon nasce assim do desejo, profundamente arraigado na cultura norte-americana, de criar um refúgio, a arquetípica “cabana na floresta”. Com base nessas premissas, Tuazon explorou ao longo da sua carreira tanto novas formas como protótipos históricos de arquiteturas alternativas, como expressão da urgência de renovar seu estilo de vida. Essa ética de vida é plasticamente traduzida no uso e na reciclagem de materiais do ambiente, tanto natural quanto industrial, como madeira, aço e vidro.
Embora a prática de Tuazon possa ser considerada principalmente escultural, o artista experimenta os limites do meio alterando programaticamente o foco de seu interesse, do material empregado ou da forma final da obra, para a natureza implicitamente transitória de sua criação. O gesto artístico dessacraliza os materiais, libertando-os de qualquer simbolismo e da função originalmente imposta sobre eles. Tuazon também desafia suas qualidades físicas, sempre buscando os limites de ruptura, a culminação de sua fragilidade. O processo de construção ou transformação do objeto se torna tão importante quanto o resultado final, ainda mais na medida em que esse processo é muitas vezes realizado pelo artista através de um rede expandida de colaborações com colegas artistas, artesãos, pesquisadores, designers e arquitetos. Embora refletindo a ideia do abrigo, sua obra não busca o isolamento social, mas antes recriar, inventar coletivamente novas formas de viver junto. Isso se tornou particularmente evidente desde que Tuazon começou a iniciativa chamada Water School [Escola da água] (desde 2016), um espaço modular e transportável que aborda a água como substância que conecta todos os seres vivos.
-
Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
-
Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).