Lawrence Abu Hamdan

Vista da vídeo- instalação [view of the video-installation] <i>After SFX</i> [Pós-efeitos sonoros] (2018), de [by] Lawrence Abu Hamdan, na 34ª Bienal de São Paulo.   © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da vídeo- instalação [view of the video-installation] After SFX [Pós-efeitos sonoros] (2018), de [by] Lawrence Abu Hamdan, na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da vídeo- instalação [view of the video-installation] <i>After SFX</i> [Pós-efeitos sonoros] (2018), de [by] Lawrence Abu Hamdan, na 34ª Bienal de São Paulo.   © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da vídeo- instalação [view of the video-installation] After SFX [Pós-efeitos sonoros] (2018), de [by] Lawrence Abu Hamdan, na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da vídeo- instalação [view of the video-installation] <i>After SFX</i> [Pós-efeitos sonoros] (2018), de [by] Lawrence Abu Hamdan, na 34ª Bienal de São Paulo.   © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da vídeo- instalação [view of the video-installation] After SFX [Pós-efeitos sonoros] (2018), de [by] Lawrence Abu Hamdan, na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Lawrence Abu Hamdan (1985, Amã, Jordânia) se considera um “ouvinte particular”. Sua pesquisa muitas vezes se dá em torno de investigações minuciosas e articuladas do ruído e da fala, ou mesmo do silêncio, no intuito de destacar sua importância nas sociedades contemporâneas e, mais especificamente, sua natureza profundamente política. Originalmente inspirado pela música, Abu Hamdan se tornou cada vez mais interessado pelo som e pela voz enquanto meios e testemunhos da violência e da injustiça, construindo coerentemente um conjunto de trabalhos em que as vozes emergem como ferramentas eminentemente políticas, ideais para uma análise da sociedade contemporânea como um todo, e mais especificamente das relações de poder e de dominação. Para Abu Hamdan, a língua é constantemente ouvida, transformada e manipulada pelas estruturas políticas e sociais em posições de poder. Através de vídeos, documentários em áudio, instalações e oficinas, o artista leva o uso da fala pelas estruturas sociais e políticas a seus limites mais estritos.

Ao mesmo tempo, o artista também experimenta os limites que convencionalmente definem o que é uma obra de arte. Sua análise de falas e sons gravados já foi usada como evidência em investigações judiciais, ajudando inclusive a revelar episódios de abuso, violência e repressão. Sua obra Rubber Coated Steel (Aço revestido de borracha 2016), por exemplo, partiu de um pedido da organização de defesa dos direitos humanos Defence for Children International para investigar o assassinato de dois adolescentes palestinos. Em colaboração com a agência de direitos humanos Forensic Architecture, analisando o som gravado das balas, Abu Hamdan conseguiu provar que os soldados israelenses que atiraram nos garotos não haviam usado balas de borracha, como haviam declarado, mas que dispararam com munição de armas de fogo. Essas análises mais tarde se tornaram evidências cruciais escolhidas pelo canal de notícias CNN e outras agências internacionais de notícias, obrigando Israel a renunciar à negação original. Na 34a Bienal de São Paulo, Abu Hamdan  apresentará uma nova versão de After SFX [Pós-efeitos sonoros] (2018), um vídeo e uma instalação sonora derivados da performance homônima, descritos pelo artista como uma “ruidosa cacofonia de objetos, uma lista em loop de detritos acústicos e memórias sonoras de violência, inseparável do som do cinema”, que enfatiza como as nossas memórias sônicas são um ato profundamente cultural e mediado.





Apoio: British Council

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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