Jungjin Lee

Vista da série [view of the series] <i>Buddha</i> (2002), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] Buddha (2002), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] <i>Buddha</i> (2002), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] Buddha (2002), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] <i>Buddha</i> (2002), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] Buddha (2002), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] <i>Voice</i> (2019), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] Voice (2019), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] <i>Voice</i> (2019), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] Voice (2019), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] <i>Voice</i> (2019), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da série [view of the series] Voice (2019), de [by] Jungjin Lee, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Impressas laboriosamente em papel hanji – material artesanal oriundo da tradição coreana –, as fotografias de Jungjin Lee (1961, Daegu, Coreia do Sul) convidam a olhares prolongados, muito distintos do regime de consumo instantâneo da imagem fotográfica que se tornou hegemônico nas mídias contemporâneas. Ampliadas em grande escala, suas imagens são definidas tanto pelo que retratam quanto pela maneira como o grão do filme fotográfico preto e branco se funde com a massa densa do papel, resultando em uma riqueza de informações visuais e táteis rara na fotografia contemporânea. Enquanto estudava cerâmica na faculdade, ela adquiriu conhecimentos de fotografia de maneira autodidata, mas só estudou esse meio formalmente após mudar-se para os Estados Unidos, em 1988. Foi nesse período que ela desenvolveu seu método de impressão, enquanto percorria os desertos estadunidenses em um ciclo de cinco anos que resultou na série The American Desert [O deserto americano] (1989-1994). Desde então, a artista tem desenvolvido uma reflexão única sobre o tempo na paisagem e na fotografia.

Voice [Voz] (2018-19) é um dos desdobramentos mais recentes dessa reflexão, em que confluem imagens e sensações, sem passar por palavras ou discursos. Nessa série como um todo, e especialmente nas quatro fotografias apresentadas na 34ª Bienal, as paisagens fotografadas parecem organizar-se conforme o enquadramento, como se fossem elas que se moldassem pelo limite do campo fotográfico. Essa característica, somada à densidade das texturas gráficas e à clareza sintética das composições, faz de cada fotografia um fenômeno visual complexo, ainda que silencioso.

Na série Buddha (2002), Jungjin Lee realiza uma coleção de retratos de estátuas budistas na Tailândia. Esses artefatos acumulam marcas da passagem do tempo e se equilibram entre manterem sua figura reconhecível e fundirem-se ao espaço em que se encontram. Seria possível tratá-las como ruínas em dissolução, mas a artista escolhe contribuir para a reconstituição de seu sentido de eternidade após a morte. Para isso, captura uma vista frontal de cada silhueta e a transfere para o papel artesanal, sobre o qual ela aplica manualmente a emulsão fotossensível e então conduz o processo de ampliação, em que pode enfatizar e transformar luminosidades, contrastes e texturas registrados pela película fotográfica.  

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
Compartilhe
a- a a+