Vincent Meessen

Vista da obra [view of the artwork] de [by] Vincent Meessen na [at the] 34th Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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Vista da obra [view of the artwork] de [by] Vincent Meessen na [at the] 34th Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obra [view of the artwork] de [by] Vincent Meessen na [at the] 34th Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Artista e cineasta, Vincent Meessen (1971, Baltimore, EUA) combina a crítica aos modelos coloniais de escrita da história com a atenção afetiva a certos gestos disruptivos do passado. Enquanto investiga movimentos políticos, projetos, obras de arte e ensaios que enfrentaram as contradições políticas e sociais de seu tempo, Meessen desenvolve instalações, publicações e filmes que desafiam os espectadores a se questionarem sobre as formas de silenciamento enfrentados por tais movimentos e sobre os fatores que os mantêm pertinentes ainda hoje. 

Em diversas de suas obras, seus objetos de interesse possuem vínculos com a produção da Internacional Situacionista, movimento revolucionário (ativo entre 1957 e 1972) que ensejou uma crítica integral da sociedade. Ciente de que a maior parte da historiografia desse movimento se concentra em sua suposta centralidade francesa, capitaneada pela figura e pelos escritos de Guy Debord, Meessen investiga lacunas em sua história, tais como a existência de influência direta do situacionismo no continente africano e no Caribe. Foi durante uma pesquisa nesse campo que o artista encontrou uma fotografia em que se vê Omar Blondin Diop, jovem filósofo militante senegalês, lendo a última edição da revista Internationale Situationniste. Esse documento foi o elemento de ignição para a realização do filme Juste un Mouvement [Apenas um movimento] que será apresentado na 34ª Bienal no interior da instalação em espiral The Sun Will Always Rise [O sol sempre nascerá].  

Omar Blondin Diop entrou para a história do cinema com sua participação no filme La Chinoise (1967), de Jean Luc-Godard, em que ele interpreta a si mesmo apresentando uma aula sobre marxismo e maoísmo para jovens reunidos em um apartamento com o intuito de preparar uma transição do movimento estudantil para a realização de ações armadas. Meessen se apropria dessa participação de Omar como uma oportunidade para revisitar o método então ensaiado por Godard – de fazer um filme como um processo que registra a fatura de um outro filme –, deslocando-o para os dias de hoje em Dakar, Senegal. Assim, ele tanto homenageia quanto critica o filme de Godard de 1967, invertendo suas centralidades geográficas e políticas. Em Juste un Mouvement, a história e o cinema são experimentados como um movimento contínuo polifônico, repleto de sobreposições espirais, ao longo das quais uma narrativa é tecida pelos amigos e familiares de Omar, reunidos hoje para relembrar suas ideias e atitudes, além de exigir a verdade sobre sua prisão política e sua morte durante o governo de Léopold Sédar Senghor (poeta, defensor do movimento da Négritude e o primeiro presidente do Senegal após a Independência, que governou em regime de partido único entre 1960 e 1981).





Apoio: Flanders State of the Art; Fédération Wallonie-Bruxelles e Wallonie-Bruxelles International (WBI)

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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