Zózimo Bulbul

Vista da obra [view of the artwork] de [by] Zózimo Bulbul na [at the] 34th Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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Zózimo Bulbul (Rio de Janeiro, 1937-2013) é uma figura fundamental na história do cinema brasileiro. Desde o início da década de 1960, viveu um processo de politização que o aproximou das iniciativas do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes. Isso o levou a ser um dos protagonistas do filme produzido pelo CPC Cinco vezes favela (1965), um marco para o Cinema Novo e para a discussão das condições sociais e culturais da população trabalhadora e do povo negro no audiovisual brasileiro. Bulbul se consolidou então como um dos atores de destaque em sua geração, trabalhando com diretores como Leon Hirszman, Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha. Ao mesmo tempo em que vivenciava o ambiente intelectual e politizado desse grupo de cineastas, Bulbul participava dos debates com os nascentes movimentos negros que emergiam no país, os quais o provocavam a repensar sua produção artística.

Em 1971, Bulbul protagonizou o longa Compasso de espera, dirigido por Antunes Filho. Ele interpreta o papel de um poeta negro que conquista certa proeminência em um ambiente burguês e intelectual eminentemente branco, confrontando desse modo o racismo atávico da sociedade brasileira, ainda dissimulado sob o mito da democracia racial. Em seguida, Bulbul obteve as pontas de película que haviam sobrado da realização do longa de Antunes Filho e com elas dirigiu seu primeiro curta-metragem, chamado Alma no olho. Dada a precariedade do material, que limitava o controle do contraste fotográfico e condicionava a filmagem a planos curtos, Bulbul colocou-se em cena numa sequência de enquadramentos icônicos que condensavam de modo experimental e provocativo os estereótipos da imagem do homem negro na história do Brasil. Além de ser uma criação sem precedentes na filmografia brasileira, esse curta desencadeou o compromisso de Bulbul com a articulação de um cinema dirigido e produzido por negros. Seu legado às futuras gerações inclui o longa-metragem Abolição (1988), síntese dos debates sobre a farsa do processo de abolição dos afro-brasileiros, supostamente realizado em 1888, e a criação do Centro AfroCarioca de Cinema (desde 2007) e dos Encontros de Cinema Negro – Brasil, África e Caribe, evento que se encontra em sua 14ª edição, dedicado a construir o protagonismo do realizador negro brasileiro em ponte com o continente africano e suas diásporas.

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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