Anna-Bella Papp

Vista das obras [view of the artworks], de by] Anna Bella-Papp, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo.  © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras [view of the artworks], de by] Anna Bella-Papp, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras [view of the artworks], de by] Anna Bella-Papp, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo.  © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras [view of the artworks], de by] Anna Bella-Papp, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras [view of the artworks], de by] Anna Bella-Papp, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo.  © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras [view of the artworks], de by] Anna Bella-Papp, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

A prática artística de Anna-Bella Papp (Chișineu-Criș, Romênia, 1988) concentra-se em blocos retangulares de argila de tamanho médio, quase sempre mantidos sem cozimento ou pátina, deixando visíveis a variação natural de tons e a delicadeza característica do material. Embora sua produção escultórica possa parecer limitada por este formato tão rígido, Papp, na verdade, consegue infundir intimidade e veicular em seus trabalhos elementos do ambiente externo. Cada vez que ela se muda para uma nova cidade, adaptações são sentidas em sua prática, que se torna uma espécie de diário. No período em que viveu em Roma, entre 2013 e 2015, por exemplo, seus trabalhos traziam referências da escultura clássica, da arte religiosa e da opulência do Barroco, e gravitavam em torno da ideia filosófica da beleza. Mais tarde, ao mudar-se para Bruxelas, a artista passou a interessar-se pela diáspora romena, incorporando no trabalho a imagem de trabalhadores e passando a enfocar questões identitárias, culturais e de representação social. Atualmente vive em Amsterdã. 

Pela maneira como os blocos de argila são expostos, sem qualquer proteção, e também pelo fato de que sua aparência vai mudando lentamente com o tempo, os trabalhos de Papp evocam uma necessidade de acolhimento e de cuidado. Embora uma reflexão sobre a maneira como o espaço é criado e representado seja recorrente em seu processo de trabalho, e se faça ainda mais presente pela escolha por um formato relativamente pequeno, o respeito de Papp pela natureza define uma economia de meios que torna qualquer intervenção na argila, por mínima que seja, essencial no equilíbrio da composição, especialmente em suas obras abstratas. Suas linhas e formas geométricas, às vezes arquiteturais, podem evocar o estilo e a poética da escultura modernista, mas sua intenção, por outro lado, pode estar associada ao uso imemorial da argila, ou a memórias universais e de infância do primeiro contato com esse material simples, maleável e acessível. Mais recentemente, Papp expandiu o escopo de seu trabalho ao incorporar fotografias e textos em suas esculturas, e também ao produzir uma escrita fortemente poética, que caracteriza também a correspondência que ela escreveu para a 34ª Bienal de São Paulo. 

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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