Sung Tieu

Vista da obras [view of the artworks] de [by] Sung Tieu, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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Vista da obras [view of the artworks] de [by] Sung Tieu, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da obras [view of the artworks] de [by] Sung Tieu, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Em seu trabalho, Sung Tieu (1987, Hai Duong, Vietnã) utiliza uma grande variedade de mídias, entre elas instalação, som, vídeo, escultura, fotografia e performance. Pouco interessada em construir um estilo reconhecível ou manter uma prática que possa ser facilmente catalogada e circunscrita, ela acumula, sobrepõe e contamina camadas narrativas factuais, ficcionais, plausíveis e possíveis até torná-las inseparáveis umas das outras. Sua pesquisa parte das temáticas da migração e do desalojamento para tratar dos interesses políticos que regulam esses fluxos – por exemplo, nos trabalhos recentes, que aludem à chamada “Síndrome de Havana” e seu impacto prolongado nas tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e Cuba (In Cold Print [Impresso a frio], 2020) e sua análise do aparato burocrático estatal através da vida e do local de trabalho de um funcionário (Zugzwang, 2020). Em In Cold Print, Tieu investiga uma série de ataques sônicos aos funcionários da embaixada dos Estados Unidos baseados em Havana em 2016, que nunca foram oficialmente provados ou confirmados. Nessa instalação, que inclui som, textos, esculturas e intervenções arquitetônicas, Tieu apresenta dois conjuntos de informações conflitantes sobre o mesmo incidente, salientando a impossibilidade de reconstruir uma “verdade” objetiva dos acontecimentos. Ao diluir o limite entre a evidência, a contra-evidência, a ciência e a conspiração, ela explora o modo como a disseminação das ideias pode afetar a percepção.

Em outros trabalhos, Tieu aprofunda as dimensões psicológicas e espirituais do trauma coletivo em situações de conflito. Seu trabalho em vídeo No Gods, No Masters [Sem deuses, sem senhores] (2017), a artista investiga a operação militar Wandering Soul [Alma errante], realizada pelo setor de Operações Psicológicas do exército americano no Vietnã na década de 1960 e a criação, pelos Estados Unidos, de uma arma sônica intitulada “Ghost Tape nº 10” [Fita-fantasma número 10], na qual o espírito de um soldado vietnamita exorta seus companheiros a desertarem. Tieu justapõe essa gravação sonora, transmitida por helicópteros militares que sobrevoavam a selva à noite, a imagens gravadas na casa de sua família em Hải Dương, no norte do país. A filmagem documenta de maneira enigmática um ritual que também convoca espíritos de pessoas mortas. Por meio do vídeo, a artista suspende qualquer juízo, delegando ao observador a responsabilidade de formar uma opinião. Num outro tipo de abordagem, sua série de obras baseadas em textos, intituladas Newspapers 1969-ongoing [Jornais 1969-em curso], que são incluídas em várias outras instalações suas, contribuem para tornar a leitura do trabalho ainda menos unívoca. Ao contrário, sua prática enfatiza a inexistência de uma verdade única e universal.

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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