Koki Tanaka

Vista da instalação [view of the installation] <i>Abstracted/Family</i> [Abstraído/família] (2019), de [by] Koki Tanaka, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da instalação [view of the installation] Abstracted/Family [Abstraído/família] (2019), de [by] Koki Tanaka, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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Vista da instalação [view of the installation] Abstracted/Family [Abstraído/família] (2019), de [by] Koki Tanaka, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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Vista da instalação [view of the installation] Abstracted/Family [Abstraído/família] (2019), de [by] Koki Tanaka, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
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Vista da instalação [view of the installation] Abstracted/Family [Abstraído/família] (2019), de [by] Koki Tanaka, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da instalação [view of the installation] <i>Abstracted/Family</i> [Abstraído/família] (2019), de [by] Koki Tanaka, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista da instalação [view of the installation] Abstracted/Family [Abstraído/família] (2019), de [by] Koki Tanaka, na [at the] 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Através de proposições aparentemente simples, Koki Tanaka (Mashiko, Tochigi, Japão, 1975) convida os participantes de suas ações a criarem algo inesperado, que requer que eles revejam seus gestos habituais. É assim na série de obras em que o artista pede para profissionais de distintas áreas produzirem algo juntos, que inclui, entre outras, A Piano Played by 5 Pianists at Once (First Attempt) [Um piano tocado por 5 pianistas juntos (Primeira tentativa), 2012 e A Pottery Produced by 5 Potters at Once (Silent Attempt) [Uma peça de cerâmica produzida por 5 ceramistas juntos (Tentativa muda)] 2013. Várias dessas obras foram concebidas e produzidas em resposta ao terremoto e ao tsunami seguidos pelo desastre nuclear de Fukushima, em março de 2011, como forma de elaborar livremente o acontecimento. Para o artista, sua obra buscava capturar o momento utópico que segue o desastre, no qual as pessoas “não sentem compaixão pelo outro, mas simplesmente compartilham com os outros suas incertezas, e começam a se ajudar para superar essa incerteza”.

Sensações e reações análogas podem ser provocadas também por episódios banais ou insólitos, e não apenas por eventos potentemente traumáticos. De fato, em seu trabalho, Tanaka opera quase sempre numa escala que poderíamos definir “micro”, do cotidiano das pessoas comuns, que ele convida a participar de suas ações e propostas. Para além do otimismo de fundo das obras, que deixam vislumbrar uma sociedade mais compreensiva e empática, na qual as relações interpessoais são fundadas no diálogo e na disposição à escuta, o trabalho de Tanaka não deve ser considerado pacificado ou simplista, ao mostrar também as falhas dos processos que ele propõe, seja por conflitos de egos, incompatibilidades pessoais, ou atritos gerados pela convivência. Em alguns casos, como em Abstracted/Family [Abstraído/Família] (2019), essas idiossincrasias transcendem os personagens convocados por Tanaka, e se tornam análises amplas e profundas da sociedade contemporânea. O artista reflete sobre a dificuldade da sociedade japonesa em aceitar qualquer tipo de miscigenação racial e cultural, mas a instalação é evidentemente metonímica: conflitos e tensões análogos aos que ele descreve são amplamente difusos no mundo contemporâneo, marcado por uma polarização crescente e por conflitos identitários cada vez mais dramáticos.  



  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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