Carolina Maria de Jesus

Nascida em Sacramento, Minas Gerais, em 1914, Carolina Maria de Jesus (1914, Sacramento, MG – 1977, São Paulo, SP) mudou-se em 1937 para São Paulo, onde trabalhou como empregada doméstica e catadora de papelão. Leitora voraz, ela registrava, em diários e escritos de várias naturezas (ficção, peça de teatro, contos, canções, poemas e provérbios), seu cotidiano como catadora, suas impressões sobre a cidade e, ainda, o desejo de mudança de vida por meio da escrita. Com produção intensa e contínua, a autora escreveu ao longo da vida 140 cadernos, somando mais de 4500 páginas.

Residente na favela do Canindé, surgida no contexto das reformas urbanas da década de 1940, Maria de Jesus contatou em 1958 o jovem jornalista Audálio Dantas, que fazia uma reportagem sobre a expansão das favelas na cidade de São Paulo. Ele decidiu publicar um artigo sobre seus diários, que obteve ótima repercussão entre o público do jornal. Dois anos depois, os escritos de Carolina foram compilados em livro sob o título Quarto de despejo e lhe trouxeram súbita notoriedade. Para a autora, a favela é um quarto de despejo da cidade, pois "em 1948, quando o Dr. Prestes Maia começou a urbanizar a cidade de São Paulo, os pobres que habitavam os porões foram atirados ao relento". Em seus textos, ela evidencia a consciência de sua própria vida e o constante desejo de transformá-la.


  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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