O trabalho fotográfico de Deana Lawson (1979, Nova York, EUA) constitui um retrato singular, idiossincrático e fascinante dos hábitos, os estilos de vida e as rizomáticas referências culturais da diáspora africana em seu país natal – os Estados Unidos – e ao redor do mundo. Ainda que meticulosamente encenadas, suas fotografias são imagens profundamente íntimas, em geral baseadas em desenhos e esboços que ela realiza antes da sessão fotográfica propriamente dita. Apesar desse cuidadoso processo de preparação, o resultado está longe de ser previsível, já que grande parte das fotografias são feitas em interiores domésticos onde Lawson acaba de entrar pela primeira vez, criando assim uma sensação voyeurística, mas também estranhamente familiar.
Para a 34ª Bienal de São Paulo, Lawson foi convidada a acrescentar outra cidade à longa lista de lugares que ela visitou e fotografou: Salvador, Bahia – uma das regiões no Brasil onde a presença da cultura, da música e dos rituais africanos é mais presente. De modo fortemente autoral, as fotografias de Lawson, que com frequência se expandem para o teatral e utilizam elementos ritualísticos ou objetos de cena, sintetizam um processo histórico trágico, mas também fertilizador, de deslocamentos e crioulização. No contexto da 34ª Bienal, essa reflexão se torna particularmente significativa e presente, considerando que esse episódio histórico é discutido extensamente nos escritos de Édouard Glissant, uma das principais referências literárias e filosóficas da exposição.
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Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).