Neste domingo, no encerramento da 34ª Bienal acontece o terceiro capítulo do projeto de Neo Muyanga para esta edição, A Grace Note. O primeiro foi a performance A Maze in Grace, apresentada na abertura da exposição, em fevereiro de 2020, que deu origem à instalação atualmente exibida no Pavilhão Ciccillo Matarazzo; o segundo capítulo é o vinil A Grace Project, lançado neste ano na Bienal de Liverpool, instituição parceira da Fundação Bienal de São Paulo em ambos momentos da obra.
A Grace Note [Nota de graça] é concebida como um ritual de agradecimento no qual Muyanga executa uma partitura em sintetizadores modulares acompanhado por membros do Coletivo Legitima Defesa, que declamam poesias de Maurinete Lima. O ritual culmina com um canto coletivo liderado por Muyanga, com a participação do público, do emblemático hino Amazing Grace (escrito em 1772 pelo ex-traficante de escravos e posteriormente abolicionista, John Newton), condensando uma viagem de reflexão de dois anos sobre o impacto dessa música nos movimentos para os direitos civis de pessoas negras no mundo. A performance inclui o canto de partes da composição produzida por Muyanga a partir da partitura original de Amazing Grace, publicada pela editora IKREK.
Maurinete Lima nasceu em 1942 em Recife e faleceu em 2018. Socióloga, poeta, ativista, professora da UFRN, foi mestra pela USP e técnica da Sudene, além de fundadora da Frente 3 de Fevereiro. Começou a frequentar slams e saraus em 2013, e escreveu os poemas posteriormente reunidos em Sinhá Rosa. Atuou no movimento feminista interseccional.
A participação de Neo Muyanga na 34ª Bienal de São Paulo é apoiada por: British Council e Institut français à Paris
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Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).