A quais imaginários, paisagens e espaços a escuridão pode nos conduzir? Quais vozes e cantos emergem do diverso do mundo em tempos extremos? É possível ouvi-los sem reduzir sua diversidade aos nossos próprios modos de sentir e pensar? Como se relacionar com essas vozes sem impor-lhes a transparência da razão ocidental, reconhecendo suas opacidades, nos termos de Édouard Glissant?
A partir da aproximação entre obras dos quatro artistas que participaram de As vozes dos artistas #1: o verso Faz escuro mas eu canto, o minicurso é composto por 4 reuniões virtuais (com 1h30 de duração, cada) e propõe uma trama de relações pela qual refletiremos sobre essas perguntas.
Das memórias abissais do Atlântico negro às águas que correm nos subterrâneos das cavernas e da História, faremos ecoar vozes que refletem e refratam outras possibilidades de re-existências, recriações e transcendências. Ao propor encontros e instaurar acontecimentos e relações por meio das artes, este minicurso é um convite a experimentar o lugar da encruzilhada, em suas dimensões de abertura, interação, interseções, hibridismos, memórias e seus múltiplos processos de trânsito políticos e poéticos
Encontro 1 | 29/10, 19h - 20h30
Encruzilhadas poéticas: entre deslocamentos, percursos e traduções
a partir das obras de Zina Saro-Wiwa + Manthia Diawara
Convidado: Prof. Stênio Soares (UFBA)
Encontro 2 | 5/11, 19h - 20h30
“O que você chama luz para mim é escuridão”: reencontrando a caverna, a cidade e a exposição
a partir das obras de Edurne Rubio + Carmela Gross
Encontro 3 | 12/11, 19h - 20h30
Tecendo a manhã: arte, política e opacidade
a partir das obras de Zina Saro-Wiwa + Carmela Gross
Encontro 4 | 19/11, 19h - 20h30
"Enquanto falamos, nos tornamos": o pensamento do outro, o outro do pensamento
a partir das obras de Manthia Diawara + Edurne Rubio
Sobre os minicursos
A proposta dos minicursos é adensar e expandir as tramas de relações em torno dos enunciados da 34ª Bienal. Oferecidos nas semanas seguintes aos encontros com artistas da série As vozes dos artistas, os minicursos compõem-se de 4 encontros movidos por questões que emergem da aproximação entre conteúdos relacionados aos artistas e convidados das lives. Os encontros serão permeados pela apresentação de obras, músicas, textos poéticos e teóricos, em um formato menos acadêmico e mais experimental. Ao final dos encontros, espera-se que os participantes tenham conhecido mais de perto os artistas e convidados das lives, percebendo ao mesmo tempo as reverberações que sua relação com os enunciados produz.
Os minicursos são organizados pelas equipes de pesquisa e difusão e de mediação da Fundação Bienal de São Paulo.
Vagas oferecidas: 80, mediante seleção por análise do formulário de inscrição.
As pessoas selecionadas serão informadas por email até o dia 27/10, quando as orientações para acessar os encontros serão enviadas.
Os encontros serão realizados pela plataforma Zoom.
Os certificados serão emitidos para participantes com frequência mínima de 3 encontros.
email para contato: difusao@bienal.org.br
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Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
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Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).